A uva Carmenère tem uma belíssima história de sobrevivência. De origem francesa, mais especificamente da região de Bordeaux, foi dada como extinta no início do século XX após o devastamento causado pela praga Filoxera. Esta praga era uma especie de pulgão que atacava as raízes das plantas dizimando boa parte dos vinhedos europeus no final do século XIX.

As mudas de Carmenère sobreviveram no Chile e do início do século XX até a década de 70, essa uva foi confundida e plantada junto com a Merlot e os vinhos com ela elaborados vendidos como tal. Apesar de amadurecer bem mais tarde do que a Merlot. Assim durante muitos anos os vinhos de Merlot eram tidos como vinhos de baixa qualidade no chile, pois o Carmemere que se  misturava as vinhedos acabava sendo colhido antes de sua maturação que era mais tardia, e misturada a Merlot, resultando em vinhos ásperos e tânicos.

Em 1994 ocorre no Chile o 6º Congresso Sul-americano de Viticultura e Enologia e tem entre seus convidados o ampelógrafo francês Jean Michel Boursiquot que, em visita aos vinhedos da Viña Carmen em 25 de novembro de 1994, identificou a considerada extinta Carmenere, plantada dentre as vinhas de Merlot ..

O então enólogo Alvaro Spinosa e o presidente da vinícola, Ricardo Claro,  decidiram  produzir  o primeiro vinho varietal Carménère que chegou ao mercado em 1996.

Uma casta que  gera vinhos elegantes, encorpados e com taninos macios.

Adaptou-se muito bem ao Chile onde hoje demonstra todo seu potencial e sabor, tornando-se  uma variedade de extrema importância para a produção nacional.